Battlefield 3


Sim, é possível encontrar um bom modo campanha em um FPS

Verdade seja dita: naquele maravilhoso e lucrativo universo dos jogos de tiro em primeira pessoa, uma modificação das mais radicais tem ocorrido. Isso porque tudo o que podia ter sido retirado da Segunda Grande Guerra já foi tirado, de batalhas obscuras ao último naco de carga emocional ligada ao evento. Por fim, parecer ser a hora de rumar para novos portos... Para tornar a colocar tudo abaixo novamente.
Dessa forma, o que se vê atualmente é uma mudança para cenários bélicos modernos, algo que começou com Modern Warfare, certo? Errado. Conforme qualquer fã particularmente cuidadoso de Battlefield poderia lhe inteirar, Battlefield 2 foi o primeiro título a abandonar os cenários poeirentos da Segunda Guerra Mundial em favor de uma abordagem mais moderna.
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Ok, isso talvez seja de menor importância aqui. A questão principal provavelmente seja: Panzers nazistas e Thompsons são hoje carta fora do baralho, conforme se instala entre o público típico de FPS (tiro em primeira pessoa, na sigla em inglês) uma ânsia por combates tecnologicamente orientados e em larga escala. Afinal, com o termo “guerra ao terror” se tornando cada vez mais parte da nossa memória coletiva... Era de se esperar que os jogos refletissem isso de alguma forma.
Bem, o que dizer? Battlefield 3 parece bastante capaz de abocanhar a sua fatia dessa tendência... Tendência que, conforme mencionado anteriormente, a própria DICE ajudou a formar. Mas espere! Existe ainda um ponto que pode novamente garantir um diferencial à abordagem característica da série: um modo campanha consistente.
Modo single player: “Mais não é melhor. Melhor é melhor!”
Além das armas modernas e veículos, existe ainda mais um detalhe que normalmente é associado a shooters modernos. Trata-se das campanhas curtas “tapa buraco”, cuja existência se justifica apenas por um alívio de consciência. Algo do tipo: “Ok, as pessoas vão comprar o título principalmente para jogar em modos multiplayer online. Mas vamos colocar um modo campanha, por via das dúvidas”.
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Bem, esse não parece ser o caso da DICE em Battlefield 3. Conforme você deve ter visto na demonstração levada pela publicadora até o palco da GDC, a experiência solo de BF3 traz em si vários caracteres distintivos.
Mas vale acrescentar, entretanto: isso não necessariamente deve se converter em um modo campanha ao estilo Final Fantasy — quer dizer, com dezenas de horas de duração e trama novelesca. Senão, basta conferir o mote da DICE: “Mais não é melhor. Melhor é melhor”, conforme colocou produtor-executivo do game, Patrick Bach, em entrevista ao site Gamespot.com.
Ok, na verdade, a declaração completa se parece mais com isso: “As pessoas em geral têm ideia de que ‘mais é melhor’; eu penso que ‘melhor é melhor’”. E ele continua: “Eu não estou dizendo que nós pretendemos colocar um modo campanha curto. Não se trata disso. Mas não há sentido em criar uma campanha grande se ela não for também grandiosa”.
Em algum lugar entre o Irã e o Iraque...
Em uma demonstração recente em Londres, a DICE resolveu dar continuidade ao naco single player revelado durante a última edição da GDC. Conforme você deve se lembrar — do contrário, basta dar uma olhada no trailer abaixo —, o vídeo traz o seu protagonista aquartelado em uma cidade localizada no Oriente Médio. Trata-se de um trecho particularmente intenso do combate hipotético localizado em 2014.
Juntamente com o personagem central, há ainda três outros soldados. O pelotão é então enviado até um mercado para investigar o desaparecimento de outros fuzileiros. Após atravessar uma sucessão de cenários estreitos e cheios de poeira, o grupo eventualmente chega até um carro estacionado, próximo da última posição conhecida dos fuzileiros.
Segue-se então um daqueles momentos cinematográficos, tão populares nos jogos atuais. O grupo é surpreendido por um atirador de elite (carinhosamente conhecido como sniper), e um dos membros acaba tombando. Nesse momento, o protagonista arrasta o sujeito ferido para um canto, enquanto o demonstrador da DICE — conforme reportou o site VG247.com — aperta furiosamente a tecla “S”. Para complicar ainda mais a coisa toda, o grupo ainda é emboscado por alguns insurgentes.
Img_normalNo que diz respeito especificamente ao trecho demonstrado, vale parafrasear o que foi dito à Gamespot.com pelo produtor-executivo Patrick Bach: embora a situação toda seja terrivelmente dramática, passa-se um longo tempo até que você finalmente é forçado a dar o primeiro disparo. Em outras palavras, trata-se de uma pequena materialização do foco narrativo alardeado pela DICE.
E as características cinematográficas continuam. A explosão de um carro denuncia a presença de inimigos com lançadores de granada-foguete (os RPGs) em um balcão próximo. Sem maiores problemas, entretanto: eles são rapidamente despachados com granadas — sempre com o cuidado de se manter sob cobertura, é claro.
Da agora-fobia para claustrofobia
A sequência da demonstração traz um belo exemplo das reviravoltas que devem permear todo o modo campanha de Battlefield 3, conforme o início em locais abertos e vielas estreitas acaba por dar lugar a um porão. Aqui, o problema é de natureza distinta: um explosivo improvisado deve ser desativado.
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Mas nada poderia ser tão simples, é claro. Enquanto tenta desativar a bomba, o protagonista ainda deve lidar com um ataque surpresa de um assassino que se encontrava escondido. Em outras palavras, enquanto tenta desesperadamente desativar a bomba, você ainda terá que arremessar o seu inimigo oportunista contra a parede para, eventualmente, deixá-lo inconsciente. Para dar conta do recado, nada mais natural do que o bom e velho mini game de contexto — cuja popularidade nos consoles atuais é inversamente proporcional à da Segunda Guerra Mundial.
Qualidade e precisão
Por fim, a demonstração reservou uma cena localizada em uma ampla via, na qual ondas infindáveis de atacantes surgem por todos os lados — contando ainda com suporte aéreo constante. Trata-se de um momento único, perfeito para mostrar que a DICE não pretende se repetir em BF3.
Mas há um elemento familiar, entretanto: o caos bélico que sempre esteve fortemente associado à marca Battlefield. São disparos para todos os lados, helicópteros cruzando o espaço em todas as direções... Tudo formando uma cacofonia terrivelmente realista. Ao olhar para cima, o que se vê é uma chuva incandescente de cápsulas de balas — realmente impressionante.
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A propósito, os efeitos sonoros aqui são uma prova de que BF3 deve representar um upgrade sem precedentes para a série. Conforme observou o site VG247.com, “as armas aqui realmente soam como armas”. E mais: o eco de um tipo entre quatro paredes é completamente distinto daquele produzido ao ar livre. Preciosista? Talvez. Mas, como já diz o refrão popular, “o Diabo está nos detalhes”... E isso deve valer para jogos de video game também.
Uma vez que a estrada tenha sido liberada, há alguns momentos de calmaria. Naturalmente, eles não duram muito. A demonstração termina com um terremoto de grandes proporções, provocando uma enorme onda de pedriscos que arremessa soldados e tudo o mais no local pelos ares. Sem segredo aqui, já que isso é exatamente o que um bom fã da série esperaria da intensamente propagandeada Frostbite 2, nova engine responsável por orquestrar todos os elementos de Battlefield 3.
É claro que ainda resta uma dúvida: como exatamente a DICE pretende que toda a qualidade que vem sendo demonstrada no PC chegue também aos consoles, cujo poder de fogo (em termos gráficos) é obviamente inferior ao dos computadores de última geração? Quanto a isso, o melhor talvez seja esperar.
O ritmo de um bom modo campanha
Além disso, é bom deixar claro: o modo campanha de BF3 não deve simplesmente se parecer com um multiplayer abarrotado de boots. Trata-se, antes, de narrativas lotadas de tensão e ritmo, alternando momentos de puro caos e destruição e minutos de uma quietude tensa e incômoda.
Enfim, pelo que foi demonstrado até o momento, é fácil perceber que a DICE não pretende simplesmente produzir “mais um jogo de tiro em primeira pessoa”, proposta que necessariamente passa por um modo single player bem estruturado e convincente — algo um tanto raro no gênero atualmente.
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Ademais, a impressão até o momento é de um título detalhista ao extremo, capaz de fundir combates de grandes proporções com momentos intimistas — como desarmar uma bomba enquanto tenta se livrar de um assassino escondido.
É claro que ainda resta muito para ser visto, sobretudo em relação aos modos multiplayer — inegavelmente o ponto alto da franquia desde o seu início. Mas para quem é fã, é bom saber que as coisas parecem estar no caminho certo.
Battlefield 3 tem lançamento previsto para o final deste ano. Fique ligado para mais novidades aqui no Mestre Game.

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